Trabalhadores da Eletronuclear.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis – STIEPAR encaminha para reflexão dos Trabalhadores da Eletronuclear, publicação de Informe distribuído ontem, de que já está ocorrendo uma “reorganização interna na Eletronuclear” com a finalidade de acomodação de Empregados da Eletrobrás, em caráter imediato, visando a escapada da privatização das Empresas Eletrobras, ou seja, procedimento para livrar a cara dos Barões da Eletrobras.
Embora tenha sido vetada a lei que faculta aos atuais Empregados da Eletrobrás a possibilidade de solicitar o remanejamento para outras Estatais, em cargos de mesma complexidade, temos que lembrar simplesmente dos interesses dos Trabalhadores que ora laboram na Eletronuclear. Será que mais uma vez terão seus direitos preteridos, agora por novas “Igrejinhas”?
Nos últimos anos a Eletrobrás manteve o foco exclusivo na otimização operacional, reorganização e principalmente na redução dos quadros de Empregados, através da redução do PMSO dentro do estabelecido pela ANEEL e SEST, nos foi estabelecido um patamar máximo de funcionários, isto implicou em redução de salário, dificuldade de aprovação do acordo coletivo de trabalho, perda de massa salarial, perda de benefícios, perda de mão de obra qualificada, congelamento da progressão salarial, interrupção de treinamentos e mais uma série de “medidas de gestão”, que só focaram na redução e retirada de benefícios e ganhos salariais dos Trabalhadores.
A Eletrobrás gastou uma fortuna em consultorias e tremendo esforço para reestruturação organizacional, com redução de gerências. E o que será feito agora? Haverá um inchaço da Eletronuclear além dos percentuais estabelecidos pelo SEST e ANEEL? Lembrando que mesmo que a Empresa esteja com o seu efetivo abaixo desses percentuais. A Eletronuclear, dentro das suas alegadas dificuldades operacionais, irá receber Empregados com altos salários remanejados da Eletrobrás, tendo que enquadrar este pessoal em cargos de confiança? Como?
Em tempo, citamos os cargos/funções oferecidos: Governança Corporativa, Compliance (Conformidade), Jurídico, Suprimentos(contratações), Suprimentos(gestão de contratos), Financeira, Gestão de Pessoas e Tecnologia da Informação.
Se a Eletronuclear alega não existir vagas em aberto, serão criadas para acomodá-los, ou seja, todo o esforço feito até então será descartado? Será que será aplicado o “Efeito Rotatividade Inversa”, qual seja demitir Empregados com menores salários e recepcionar os altos salários da Eletrobras?
Entendemos que a gordura que a Empresa tem para queimar, seja utilizada na contratação de novos Empregados para Angra III, através concurso público. No nosso entendimento não existem vagas disponíveis para receber os “Barões da Eletrobras”, em não havendo vagas disponíveis, elas serão criadas para alocar este pessoal? Isso é uma vergonha!
Serão aceitos assessores da diretoria da Eletrobrás, responsáveis diretos junto com os diretores, pela reestruturação da Eletrobras e Coligadas? Como também a redução de cargos de confiança, redução do quadro de Empregados, redução do custo de PMSO, remoção da PLR da Eletronuclear, pelos planos de aposentadorias incentivadas, responsáveis pelas negociações dos acordos coletivos de trabalho, sempre prejudiciais aos Trabalhadores? O Sindicato lembra do filme “Os Predadores”!
Será interessante após todos esses anos de extrema dificuldade na aprovação de acordos coletivos, a Eletronuclear argumentar ao ministro do TST, que não possui recursos para celebrar os acordos coletivos, manter benefícios e que está apenas se adequando as regras estabelecidas pelo SEST e ANEEL.
A Empresa apresenta uma verdadeira “balela”, no que diz respeito às adequações necessárias ao PCR, para que distorções sejam corrigidas. O Sindicato compareceu a 5 convites feitos pela Eletronuclear, mas de efetivo nada foi mencionado e quando algum ponto começa criar forma, a Empresa alega que terá que obter as tradicionais “permissões” da SEST, Eletrobras, Paulo Guedes, Conselhos e outros!
Gostaríamos de perguntar à Diretoria da Eletronuclear se a Empresa irá continuar a manter toda a base estrutural implementada pelas medidas de reorganização que foram submetidas nos últimos anos, traduzidas pelo quadro enxuto de Empregados que inclusive está abaixo dos limites que foram estabelecidos pela SEST e que não foram observados pela Eletrobras, que atualmente define como efetivo dentro da previsão. Será?
Estas medidas de contenção de gastos, tomadas pela Eletronuclear, nos últimos anos, tiveram impactos significativos no desempenho das atividades profissionais, no volume de trabalho e no padrão de vida de seus Empregados, então acreditamos que estes “rumores de reorganização” deveriam se pautar pela ética, compromissos assumidos, palavras firmadas e ações implementadas nos últimos anos. Deveriam contar com a consulta junto aos sindicatos representativos, já que todo o conjunto de Empregados foi afetado nos últimos anos, não é mesmo? Será que a Empresa alegará ser Incompetente para brecar esta migração vergonhosa?
O Sindicato fecha esse Informativo atestando a veracidade desse Informe que tramita no meio da Categoria, que foi confirmado pela Empresa, versando sobre mais essa ideia luminosa de resgatar os paraquedistas da Eletrobras, que estão embarcando no avião da alegria, que sobrevoará a Eletronuclear e os valorosos Predadores saltarão sobre nós.
Existe previsão de concurso para a Eletronuclear, com geração de cerca de 170 vagas. Depois desse êxodo predatório, será que é verdade?
Um abraço a todos!